Posso afirmar que comecei mal com esta peça. Logo no início, são-nos dadas instruções sobre como nos comportar por causa do COVID, mas isso é feito desnecessariamente de forma teatral, quase como se nós fossemos crianças... mas avante!
O elenco entra no palco de forma bem-disposta e dizem-nos que podemos rir, chorar, aplaudir... e a acção começa pelo fim. Mas não se preocupem, depressa os gémeos nos contam a sua história, os seus sonhos, as suas ambições. As suas vidas cruzam-se com a de dois vizinhos, um realizador/actor de filmes porno e uma vidente. O primeiro em nada adianta para a história e presumo que a sua existência é suposta ter graça, mas não tem. Quanto à vidente, canta e tem alguma graça com a sua alta cabeleira. E não podemos esquecer o dono da joalharia.
Pessoalmente, achei a peça um bocado desinteressante e não percebi muito bem a razão de ser do trampolim, pois em termos dramáticos não achei a sua existência necessária, mas sempre serve para nos distrair. A peça não é chata e até tem ritmo, mas não tem grande graça para ser uma comédia, nem, é suficientemente dramática para ser um drama. Fica assim numa espécie de limbo, habitado por um grupo de actores profissionais, onde, pela sua naturalidade, de destaca, Carlos Malvaraz.
No final os aplausos não foram muito calorosos, pelo que acho que não fui o único que não foi conquistado pela peça. Em contrapartida, o amigo que me acompanhou ao teatro, gostou da peça.
Elenco: Ana Guiomar, Carlos Malvarez, Cristovão Campos, Rui Melo, Tomás Alves
Músicos: Giordanno Barbieri, Mariana Rosa
Equipa Criativa: Argumento de Dea Loher • Versão/Dramaturgia de João Lourenço e Vera San Payo de Lemos • Figurinos de Ana Paula Rocha • Video de Nuno Neves • Direcção Musical de Renato Júnior • Encenação e Cenário de João Lourenço
Classificação: 4 (de 1 a 10) / Fotos: Desconhecido
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