A honra de inauguração da sala coube ao encenador/dramaturgo Ricardo Neves-Neves, cuja loucura salutar é sempre bem-vinda. Para o efeito, ele deu-nos duas peças, ENTRARIA NESTA SALA e THE SWIMMING POOL PARTY. Infelizmente, ambas só estiveram em exibição por um curto espaço de tempo, mas tive o prazer de as ver. Se é verdade que não adorei a primeira, com a sua homenagem às grandes figuras do cinema português do antigamente, achei a segunda uma delícia. Em comum, ambas tinham um excelente elenco e a fluidez sem falhas da encenação de Ricardo Neves-Neves.
Quanto a THE SWIMMING POOL PARTY, tem um texto hilariante, interpretado com brilho por um notável elenco em perfeita sintonia com o espírito da peça. Diverti-me imenso com a peça e houve quatro momentos que simplesmente adorei: Ana Brito e Cunha na sua inesquecível narrativa sobre levar com a secretária do Juiz, a história da criada muda (Ana Cloe) e a sua obsessão com os códigos postais, Filipe Vargas e a sua aventura em África com os elefantes e, por fim, a forma “que se lixe” com que Sandra Faleiro nos canta “Is That All There Is” (ficou durante dias na minha cabeça). Se voltar a estar em exibição não a percam!
O Variedades espera por vós no Parque Mayer, e se este espaço parece estar ainda meio adormecido (com o Capitólio a meio-gás), a verdade é que está vivo com uma revista no Maria Vitória e agora com o desfile de peças no Variedades. Se gostam de teatro, ajudem o Parque Mayer a renascer e a voltar a tornar-se um espaço de eleição no meio teatral alfacinha.
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