A acção passa-se toda no quarto de Inês, onde ela preguiça eternamente na cama e sonha em casar com alguém que a sustente. Claro que a sua mãe não gosta da ideia, quer que ela seja uma mulher independente, pois os homens são horríveis. E mais não conto, mas quem conhece a peça original sabe que o casamento paira no ar...
O cenário muito simples é aproveitado de forma eficaz e fluída por Pedro Penim, dando uso adequado a imagens de vídeo que pontuam a acção com graça. O colorido guarda-roupa ajuda a criar o ambiente medieval e a abordagem queer imprime-lhe actualidade e um humor irreverente que muito me satisfez.
Tenho apenas uma reclamação a fazer. Acho que os últimos dez minutos, apesar da bela visão de um corpo masculino desnudado e da mensagem que contêm, cortam o espírito da peça, que para mim deveria ter terminado quando Inês sai da cama.
Infelizmente, esta peça teve um reduzido número de sessões, e, lamentavelmente, já terminou a sua carreira. Espero que volte em breve aos nossos palcos e, quando isso acontecer, corram a comprar bilhetes. Toda a companhia merece o nosso aplauso!
Elenco: Ana Tang, Bernardo de Lacerda, Hugo van der Ding, June João, Rita Blanco, Stela, Vítor Silva Costa
Equipa Criativa:
Texto: Pedro Penim a partir de Gil Vicente • Encenação: Pedro Penim • Cenografia e Adereços: Joana Sousa • Figurinos: Béhen • Desenho de Luz: Daniel Worm d’Assumpção • Desenho de Som e Sonoplastia: Miguel Lucas Mendes • Video: Jorge Jácome • Ponto: Lídia Muñoz • Produção: Teatro Nacional D. Maria II
Fotos: Filipe Ferreira
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