A História: Pontagnac, apesar de casado, tem um fraquinho por outras mulheres e um dia persegue Lucienne até casa dela. Aí descobre que ela é a esposa do seu grande amigo Vatelin e que esta tem um ardente apaixonado de nome Redillon. Mas ela recusa os avanços de ambos e diz a Pontagnac que só seria infiel ao seu marido se descobrisse que este a enganava com outra mulher. Quando este fica a saber que Vatelin teve uma aventura com a Fátima Lagartixo, vê aqui a sua grande oportunidade.
A Peça: Confesso que tenho um fraquinho por farsas. Adoro as identidades trocadas, as confusões caóticas, as trocas e as baldrocas. O dramaturgo francês Georges Feydeau foi um dos mestres do género e esta peça, “Le Dindon” no seu título original, é um excelente exemplo do género.
O elegante cartaz desenhado por Luís Covas para esta produção do The Lisbon Players, convida-nos a espreitar para o que se passa para além das portas fechadas e pela mão segura de Celia Williams somos levados a assistir a uma muito divertida comédia de enganos e falsos moralismos.
Com um ritmo perfeito, os três actos desta peça passam sem se dar por eles e no final, pelo menos eu, queria mais! O nível de entretenimento é constante com muitos sorrisos, gargalhadas e boa disposição. Os diálogos são deliciosos e nada datados. Para ajudar à festa, Celia Williams teve uma ideia genial e transformou duas das personagens, que no original francês eram de nacionalidade inglesa, num casal de portugueses da Madeira e o resultado é hilariante.
Quanto ao elenco, é todo ele excelente, mas claro que há sempre quem se destaque. As personagens mais divertidas são a Fátima Lagartixo, que Cláudia Pereira enche de vida e graça, e Redillon, um divertidíssimo Ruben Brandão. Jamie Williams é um perfeito Vatelin, António Andrade um engraçado Pontagnac e Elizabeth Bochmann a provocadora e doce Lucienne. Para além destes, merecem menção Luís Estarreja como Lagartixo, Rita Revez como a Senhora Pontagnac, Mick Greer e Nicky Bailey como o casal Pinchard, Carlota Crespo como Clara e Rhyana Blakeley como Joséphine. Todos eles, a que se juntam Guilherme Bonito e Gaspar Queiroz, divertem-se imenso com as suas personagens e essa diversão é contagiosa.
Eu sei que a peça é falada em inglês, como é habitual no The Lisbon Players, e que isso pode afastar muito público e é uma pena. Por isso, não tenham medo de arriscar e preparem-se para assistir a uma comédia à antiga, onde as gargalhadas não são forçadas e preparam-se para sair do teatro com um sorriso nos lábios. A não perder!
Classificação: 8 (de 1 a 10)
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