A História:Em Amesterdão, durante a ocupação Nazi, as famílias judias Frank e Van Daan, a fim de sobreviverem, são obrigados a esconderem-se num anexo secreto, onde mais tarde se junta a eles um dentista judeu. É aí que a jovem Anne Frank escreve o seu diário, relatando o dia a dia de todos eles.
A Peça:Através dos The Lisbon Players chega até nós uma nova produção da peça teatral de Frances Goodrich e Albert Hackett, que em 1955 adaptaram o histórico diário ao palco e, uns anos mais tarde, ao cinema.
O tema não é fácil e sabemos como acabou a história da jovem Anne, mas nas mãos seguras de Elizabeth Bochmann, encenadora da peça, o interesse é mantido do início ao fim e, apesar de não haver propriamente suspense, sentimos a tensão, os receios e a esperança dos seus personagens, ficando assim presos aos seus destinos. Pessoalmente, achei que a claustrofobia resultante da história e patente no cartaz de peça (de autoria de Luís Covas) não está bem conseguida em termos de cenário/iluminação, mas é a única coisa que tenho a apontar a esta produção feita com talento e profissionalismo por um grupo de pessoas que têm amor à arte do palco.
No papel de Anne Frank, Maria Hasse é uma revelação, primeiro como uma teenager irritante e teatral, para depois se transformar numa jovem que, apesar de tudo, continua com a habilidade de sonhar com melhores dias e de dar alguma alegria a quem com ela convive. Como o seu compreensivo e sensato/ponderado pai, Jamie Williams é simplesmente excelente. No papel do explosivo Mr. Van Daan, Mick Greer tem uma presença forte e, no papel da sua esposa, Elzbieta Kwinta Gomes é sensual e divertida. Lula Main vai bem como a sossegada Margot Frank e Celia Williams convence como Mrs. Frank. Fouad Nouar é o simpático e tímido Peter Van Daan e Matthew Mason o irritante Mr. Dussel. Uma última palavra para Gwen Albers que, como Miep Gies, ilumina o palco com o seu bonito sorriso e elegante figura.
É uma pena que esta peça, tal como todas as dos Lisbon Players, não seja mais divulgada, pois merece chegar a um público mais vasto e a história que nos conta é uma daquelas que nunca deve ser esquecida. Sei que o facto de ser falada em inglês pode afastar muita gente, mas façam um esforço, pois vale a pena fazerem uma visita ao Estrela Hall, ali à Estrela, onde esta companhia existe há décadas. Para terminar, os meus parabéns a todos os envolvidos pelo bom trabalho.
Classificação: 7 (de 1 a 10)
Sem comentários:
Enviar um comentário