Estas duas peças, apesar de serem ambas comédias, não podiam ser mais diferentes. Em ESTAR EM CASA, Neves-Neves adapta de forma brilhante a obra de Adília Lopes ao palco. Já em DEFINITIVAMENTE AS BAHAMAS, encena com base num texto original do dramaturgo inglês Martin Crimp, com tradução de Isabel Lopes.
Vamos começar pelas BAHAMAS, onde um casal já de idade avançada partilha connosco histórias da sua vida e da dos outros, acabando por se revelarem xenófobos. Adoro o trabalho de Neves-Neves, mas tenho que confessar que não gostei desta peça. Começa bem, com um cenário que promete uma comédia engraçada, mas perto do meio, comecei a perder o interesse pelos personagens e desliguei-me. Ainda assim, apreciei a sempre talentosa Custódia Gallego. A verdade é que esperava uma comédia divertida e meio-maluca, e saí decepcionado.
ESTAR EM CASA já é outra história. Simplesmente adorei esta peça! Não conhecia a obra de Adília Lopes, por isso não sei dizer se Neves-Neves faz uma boa adaptação da mesma, mas o resultado é brilhante. Na encenação imaginativa dele e nas mãos seguras de Sílvia Filipe, é um momento inesquecível de teatro, daqueles que nos enche o coração.
Aqui, Neves-Neves está naquilo que eu acho ser o seu território. Uma loucura saudável transborda do palco, envolvendo-nos de forma agradável e criando uma grande empatia entre nós e a actriz. A ideia da animação é genial e pontua a peça de forma simples e cheia de graça. Eu que nem sou apreciador de poesia, deixei-me levar pelo texto e pela forma como flui sem sabermos para onde nos vai levar a seguir. Fantástico!
Por mim, teria ficado toda a noite nesta casa construída por Neves-Neves e na companhia memorável de Silvia Filipe e seus “companheiros”. ESTAR EM CASA assim, vale mesmo a pena!
DEFINITIVAMENTE AS BAHAMAS
Elenco: Custódia Gallego, Marques D’Arede e Cristina Gayoso Rey
Texto Original: Martin Crimp • Tradução: Isabel Lopes • Encenação: Ricardo Neves-Neves • Desenho de luz: Cristina Piedade • Art design: José Cruz • Fotografia: António Ignês • Vídeo promocional: Eduardo Breda • Caracterização e cabelos: Marco Santos • Coordenação técnica: Cristina Piedade • Produção e direção de cena: Teatro do Eléctrico - Sílvia Moura • Produção: Culturproject - Nuno Pratas • Difusão: José Leite • Produção: Culturproject, Teatro do Eléctrico e Cineteatro Louletano
Fotos: Estelle Valente
ESTAR EM CASA
Elenco: Sílvia Filipe
Equipa Criativa: Textos Originais: Adília Lopes • Dramaturgia e Encenação: Ricardo Neves-Neves • Música: Simão Bárcia • Canções: Maia Balduz e Simão Bárcia • Desenho de Luz e Coordenação Técnica: Cristina Piedade • Cenografia: Eric da Costa • Artes finais de cenografia: Rita Vieira •Construção de cenário e adereços: José Pedro Sousa, Paula Hespanha e Rita Vieira • Ilustração e Vídeo: Inês Silva • Video Mapping: Eduardo Cunha • Figurinos: Rafaela Mapril • Cabelos: Carlos Feio • Desenho de Som e Sonoplastia: Sérgio Delgado • Fotografia de Cartaz: Filipe Ferreira • Design Gráfico: Renato Arroyo • Design Gráfico Teatro do Eléctrico: José Cruz • Vídeo Promocional: Eduardo Breda • Assistência de Encenação: José Leite • Segundo Assistente: Tiago Estremores • Produção e Direção de Cena Teatro do Eléctrico: Sílvia Moura • Produção Culturproject: Nuno Pratas • Coprodução Teatro do Eléctrico, Cineteatro Louletano e Culturproject
Fotos: Estelle Valente e Humberto Mouco






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