A História: Faz um ano que Henrique morreu (Pedro Barroso).
Mónica (Raquel Rocha Vieira), a sua depressiva viúva, parece não conseguir
ultrapassar a sua perda. Jorge (Ricardo Lérias) é o amigo gay que toma conta de
Mónica de forma quase doentia. Luísa (Isabel Guerreiro) é uma amiga que acha
que é tempo de a vida de todos eles avançar.
O Elenco: Um fantástico quarteto de actores dá vida às
personagens reais que habitam a história. Pedro Barroso, como o falecido
Henrique, tem uma presença forte, dramática e constante que assombra todos os
cantos do palco. Raquel Rocha Vieira dá, com naturalidade, à sua Mónica toda a fragilidade que ela
necessita. No papel do doce, irritante e super prestável Jorge, Ricardo Lérias
revela-se um actor capaz de expressar toda uma gama de emoções com um simples
olhar ou sorriso (a cena em que ele recorda um telefonema de Henrique é disso
prova). Como Luísa, Isabel Guerreiro é um verdadeiro furacão de talento, que
leva tudo e todos atrás; ela é a convincente lufada de ar fresco que Mónica
necessita.
A Peça: Há alturas em que gostava de saber escrever
melhor para poder fazer justiça às peças ou filmes que vejo, esta é uma dessas
vezes. Não posso dizer que o texto
seja brilhante, mas é tão bom e tem uma qualidade “tu cá, tu lá” que o torna
acessível a todos e que eu adoro. Como de costume, João Ascenso escreve sobre o
quotidiano com graça, sensibilidade e emoção; qualidades estas que, juntamente com um grande carinho pelos seus
personagens, ele consegue encenar de forma simples. A facilidade com que ele
nos capta a atenção e a empatia que as suas personagens criam connosco é
gratificante. A história parece mais simples do que é, isso é outra das qualidades
de Ascenso, que nunca pára de me surpreender. Uma coisa eu sei, quando eu for
grande quero saber escrever como o João Ascenso! Uma peça a não perder e que aconselho
sem reservas!
Classificação: 8 (de 1 a 10)
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