A História: A psicanalista Pilar (Marta Queirós)
acaba de ser abandonada pelo seu marido Afonso (Frederico Coutinho) e descobre
que ele lhe era infiel com a sua amiga Carlota (Mónica Talina). O marido desta,
Lourenço (Gonçalo Cabral), não sabia de nada e fica desesperado.
O Elenco: Quatro bons actores, quatro
personagens que não podiam ser mais diferentes. Marta Queirós tem as melhores
“tiradas” do texto e sabe muito bem como usá-las, num misto de louca e cabra
enraivecida. Mónica Talina parece estar desconfortável como a tímida Carlota,
mas depressa percebemos que ela não é quem aparenta. Gonçalo Cabral convence
como o descontrolado maníaco-depressivo Lourenço e, sem querer falar de mais,
revela-se um actor de muitas facetas. Por fim, Frederico Coutinho dá-nos um
Afonso engatatão, em crise de meia-idade e apaixonado.
A Peça: Tenho que confessar que quando a peça
começou, com Pilar a rir exageradamente que nem uma louca, temi o pior. Mas os
meus receios depressa se dissiparam e nem dei pelo tempo passar. Num ambiente
que me fez recordar o Teatro Rápido, connosco metidos praticamente no meio da
acção, o encenador Bruno Cochat tira o melhor partido do espaço cénico e dos
seus actores. Pode-se dizer que ele quase que abusa deles fisicamente, mas eles
“aguentam-se à bronca” fazendo-nos rir. Ele consegue criar o caos em cena e
depois controlá-lo. Cochat consegue também algo de raro, surpreender-me.
Primeiro com Pilar a tocar maravilhosamente o piano e depois com... Bem,
revelar o que se passa nos minutos finais desta divertida peça seria um erro da
minha parte. Deixem-me só rematar dizendo que
a adaptação do texto de Woody Allen está bem conseguida e é plena de graça.
Se gostam de rir e de ser surpreendidos marquem na vossa agenda uma visita ao
nº 23 da Rua dos Caetanos, ali ao Bairro Alto.
Classificação: 7 (de 1 a
10) / Fotos de Tiago Figueiredo - www.tiagofigueiredo.com
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