domingo, 7 de fevereiro de 2016

RUA DOS CAETANOS Nº 23 de Woody Allen

A História: A psicanalista Pilar (Marta Queirós) acaba de ser abandonada pelo seu marido Afonso (Frederico Coutinho) e descobre que ele lhe era infiel com a sua amiga Carlota (Mónica Talina). O marido desta, Lourenço (Gonçalo Cabral), não sabia de nada e fica desesperado.

O Elenco: Quatro bons actores, quatro personagens que não podiam ser mais diferentes. Marta Queirós tem as melhores “tiradas” do texto e sabe muito bem como usá-las, num misto de louca e cabra enraivecida. Mónica Talina parece estar desconfortável como a tímida Carlota, mas depressa percebemos que ela não é quem aparenta. Gonçalo Cabral convence como o descontrolado maníaco-depressivo Lourenço e, sem querer falar de mais, revela-se um actor de muitas facetas. Por fim, Frederico Coutinho dá-nos um Afonso engatatão, em crise de meia-idade e apaixonado.

A Peça: Tenho que confessar que quando a peça começou, com Pilar a rir exageradamente que nem uma louca, temi o pior. Mas os meus receios depressa se dissiparam e nem dei pelo tempo passar. Num ambiente que me fez recordar o Teatro Rápido, connosco metidos praticamente no meio da acção, o encenador Bruno Cochat tira o melhor partido do espaço cénico e dos seus actores. Pode-se dizer que ele quase que abusa deles fisicamente, mas eles “aguentam-se à bronca” fazendo-nos rir. Ele consegue criar o caos em cena e depois controlá-lo. Cochat consegue também algo de raro, surpreender-me. Primeiro com Pilar a tocar maravilhosamente o piano e depois com... Bem, revelar o que se passa nos minutos finais desta divertida peça seria um erro da minha parte. Deixem-me só rematar dizendo que  a adaptação do texto de Woody Allen está bem conseguida e é plena de graça. Se gostam de rir e de ser surpreendidos marquem na vossa agenda uma visita ao nº 23 da Rua dos Caetanos, ali ao Bairro Alto.

Classificação: 7 (de 1 a 10) / Fotos de Tiago Figueiredo - www.tiagofigueiredo.com


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