A História: Após um acidente, um pai de família e
imitador do Elvis Presley, fica paraplégico. A sua esposa, uma mulher de grande
“drive” sexual, arranja um amante jovem. Entretanto, a sua filha adolescente
vive obcecada com a comida. As coisas complicam-se quando esta e o amante da
mãe se enrolam.
O Elenco: Já há muito tempo que sei que Elizabeth
Bochmann é uma extraordinária actriz, de grande versatilidade, que salta do
drama para a comédia sem qualquer esforço. Aqui, no papel da filha, volta a
brilhar e a roubar a atenção com a sua naturalidade e talento. No papel da mãe,
Amanda Booth é sexualmente patética, um poço de sexualidade desajustado da sua
idade e desesperada por se sentir viva. Simon Mount é o pai, que só ganha vida
enquanto imitador de Elvis e que se diverte a interpretar esse personagem. Por
fim, temos Eduardo Ribeiro, um actor que mal conhecia, que se revela um notável
comediante no papel do desajustado, simpático, sexy e depravado amante.
A Peça: Do autor de BILLY ELLIOT, Lee Hall, chega ao
The Lisbon Players esta comédia negra, que fala de coisas sérias com humor e
sem julgamentos morais.
Tal como
já acontecia com KVETCH, Robert Taylor revela-se um excelente director de
actores e sabe como tirar o melhor partido das situações criadas pela peça. As
gargalhadas que provoca são por vezes incómodas (por exemplo a cena da
masturbação), quase nos fazendo sentir mal por acharmos piada a algumas das
coisas. Pessoalmente, gosto muito disso!
Não sou
grande fã do Elvis Presley e acha que os seus números cortam o ritmo da peça,
quase como se não fizessem parte da mesma. No fundo pertencem ao mundo imaginário
do pai paraplégico. Tenho que confessar que só percebi que a filha era menor de
idade a meio da peça, e este facto dá outra dimensão a essa personagem e à
história.
Recomendo
sem reservas a quem aprecie comédias negras, divertidas e incómodas!
Classificação: 7 (de 1 a 10)
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