A História: Brindsley é um jovem e pobre escultor que, na
companhia da sua noiva, espera a visita de um coleccionador de arte milionário,
bem como do pai da sua noiva. A fim de os impressionar decidiu “desviar”
algumas peças de mobiliário do vizinho do lado, que está fora. Mas à última
hora falta a luz, a velha solitária do piso de cima junta-se a eles, o vizinho
regressa mais cedo do que ele esperava e a sua amante decide visitá-lo também.
O Melhor: A ideia genial em como é usada a iluminação,
que só por si se torna não só numas das personagens da peça, mas também a mais
importante de todas. A ideia já vem da encenação original dos anos 60, mas aqui
é brilhantemente usada.
O Pior: Nada a declarar!
Os Actores: Sabe muito bem ver um elenco de verdadeiros
profissionais em palco e em perfeita sintonia com o espírito da peça. A química
entre todos é evidente e o nível de interpretações não podia ser mais
equilibrado. No papel de Brindsley, o jovem Tomas Anderson revela-se um excelente
comediante e, como a sua noiva, Mafalda Pereira é uma perfeita menina mimada e
de boas famílias. Celia Williams diverte-se imenso como a velha vizinha e Rui
Vasco convence como o austero pai da noiva. Com um penetrante olhar azul,
Stephen Bull é delicioso como o vizinho do lado. Lenny Falcon é o gozado
electricista e António Carlos Andrade tem uma curtida e fugaz aparição como o
milionário. Uma última palavra para a brilhante Elizabeth Bochmann como a
amante, um papel criado na produção original por Maggie Smith; esta jovem
actriz tem aquilo a que eu chamo “star quality” e quando ela está em palco é difícil
desviarmos a atenção dela. A sua Cleo é gozona, provocadora, um pouco ordinária
e sexy, Elizabeth é tudo isso e muito mais. Parabéns a todos!
A Peça: Na sua estreia como encenadora, Bárbara
Monteiro revela-se uma excelente directora de actores, bem como alguém capaz de
criar e controlar o divertido caos que se cria em palco. Não há pontos mortos, a
comédia flui num ritmo perfeito e o resultado final é uma divertida noite no
teatro. Por isso, se gostam de rir, de ver bons actores em palco e se o vosso
inglês não está enferrujado, não percam esta nova produção dos Lisbon Players. “Splastick”
no seu melhor!
Classificação: 9 (de 1 a 10) / Fotos de Domingas Sottomayor
Sem comentários:
Enviar um comentário