Na pequena sala do GOTA TeatrOficina, vi ontem uma pequena peça sobre um tema actual, a emigração. Nela, uma jovem mulher portuguesa emigra para o Brasil à procura de melhores oportunidades e acaba a viver numa favela; mas isso não faz dela uma mulher infeliz, antes pelo contrário.
Esta visão dramática, mas com muito humor, foi escrita por Celso Cruz, um brasileiro que demonstra uma visão apurada da situação que se vive actualmente em Portugal e para qual não se vislumbra uma saída. A encenação de Guilherme Freitas e Anaísa Raquel é eficaz e consegue transmitir-nos o espírito da favela onde aquela mulher vive.
Sozinha em palco, Maria de Vasconcelos revela-se uma actriz brilhante e extremamente expressiva. Tão boa nos momentos dramáticos como a dançar ao som dos ritmos quentes do Brasil, ela habita a sua personagem com emoção e sentimento, não sendo possível resistir à sua simpatia natural e, assim, deixamo-nos levar pela sua viagem pessoal.
É uma pena que a peça, com um cartaz verdadeiramente convidativo, só esteja em exibição até hoje à noite às 21.30 e, provavelmente, esta critica já vai tarde. Mas ainda podem correr até ao GOTA, ali para os lados da Sé, e deixarem-se conquistar por Maria de Vasconcelos e a sua irresistível “portuga”.
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